No dia 06 de dezembro, faleceu em Recife, o companheiro Fernando Barbosa vitimado por sepsia. Fernando estava internado desde agosto, quanto sofrera um infarto. Nosso companheiro chegou a ter uma surpreendente melhora, saindo do CTI e recuperando a consciência. Nas oportunidades que tivemos de conversar com ele no Hospital, Fernando sempre queria notícias da luta e fazia planos para sua militância quando estivesse recuperado. Desgraçadamente, no mês de novembro, seu quadro foi se agravando e, então, apresentou severos problemas renais, que somado ao diabetes, dificultaram a cicatrização das escaras, o que resultou em sepsia.
O companheiro Fernando, natural do Recife, foi um ativo militante estudantil, particularmente durante o período de reconstrução da Une no fim do regime militar fascista. No início dos anos 80, se mudou para a URSS onde cursou Engenharia Mecânica na Universidade Amizade dos Povos, situada no sul de Moscou. Após se formar, Fernando constituiu família e por anos seguiu morando na URSS. Desde lá, passa a militar no MR8. No ano de 1995, Fernando participa ativamente do processo de ruptura com o nacional-reformismo dessa organização. Sua ruptura, entretanto, não foi completa. Após retornar ao Brasil, volta a participar da farsa eleitora, em 1998. Em 1999, ainda dentro do campo de reformismo, Fernando toma uma atitude sincera e coerente ao romper com um tipo de revisionismo que buscava manter uma aparência revolucionária apenas para enganar a juventude. Nesse período, Fernando assume a atitude de um reformista sincero e comprometido com as lutas do povo.
A partir de então, Fernando avança em sua militância atuando no Cebraspo e como forte apoiador do MEPR e do MFP na UFPE, onde voltou a estudar. Fernando também atuou como professor da Escola Popular, com grande capacidade ministrou cursos de temas complexos expostos de forma bastante simples para estudantes e camponeses. Em 2013, foi um entusiasta defensor da juventude combatente.
Fernando foi sempre um defensor do comunismo. Em 1992, durante o desmoronamento do social-imperialismo na URSS, Fernando estava em Moscou junto àqueles que resistiam ao golpe de Gorbatchov e Ieltsin. Sempre foi um defensor entusiasta do papel de dirigente comunista do camarada Stalin. Não se abalou com o discurso imperialista ianque de “nova ordem mundial” e “fim da história”, sempre acreditou na vitória do comunismo. Com o desenvolvimento de sua militância passou a nutrir grande simpatia pelo marxismo-leninismo-maoísmo e pelo pensamento Gonzalo. Tinha muitas esperanças no desenvolvimento das forças autenticamente revolucionárias no Brasil. Em seu funeral, a Frente Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo lhe concedeu as honras de um militante comunista.
Logo após essa homenagem, nós da LCP realizamos uma vermelha homenagem, na vila onde Fernando morava. Dezenas de camponeses, estudantes, trabalhadores e familiares estavam ali para render-lhe nossas últimas homenagens. Militantes da FRDDP, solenemente, presentearam Larissa, sua companheira de toda uma vida, com a bandeira vermelha comunista e a dourada foice e martelo.
Companheiro Fernando! Presente na luta!