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Polícia realiza reintegração de posse na Baixa Funda

comitêsLatifundiário Thales e Aulus destroem casas e ameaça famílias camponesas

No dia 31 de março agruparam no quartel de Manga, dezenas de policiais militares de Januária, Montes Claros. Na manhã do dia 01 de abril teve início o cumprimento de mais uma covarde reintegração de posse contra 106 famílias da Comunidade Baixa Funda, na antiga fazenda Marilândia.

Depois que a polícia saiu, o latifundiário enviou para a área, seu filho Aurus junto com seu capanga, armados para fazer ameaças aos camponeses e criminosamente atearam fogo em vários barracos e casas com todos os pertences das famílias.

Durante toda a ação do despejo na presença dos policiais, o filho do latifundiário Thales ameaçou derrubar com uma máquina os barracos e as casas de alvenaria, também ameaçou passar por cima das roças, plantadas com tanto sacrifício pelos trabalhadores em meio à crise e seca prolongada. Isso prova que são os latifundiários que mandam na polícia. Mas não conseguem usar como capachos todas as pessoas: o operador da máquina se recusou a prestar este papel, negando-se a passar por cima das casas e roças de seus conterrâneos, gente honesta e de bem conhecida em toda a cidade.

Exatamente ha 50 anos o regime civil-militar fascista desatou brutal perseguição aos camponeses e posseiros em luta pela terra em todo o país; Aqui na região culminou com o histórico massacre de Cachoeirinha, feito pelas mãos deste mesmo velho Estado brasileiro, que até hoje continua cometendo os mesmos crimes, com brutal repressão e pioramento das condições de vida do povo.

 Nove ações de despejo na Baixa Funda!

Nove vezes os camponeses voltaram para suas terras!

Enquanto o governo faz muita propaganda mentirosa de crescimento e aceleramento, mais um despejo é realizado pela Senhora Dilma Rousseff, confirmando a verdade de que esse foi o pior governo para o campo, que menos desapropriou terras desde o regime militar.

Durante o despejo, a polícia arrombou e vasculhou a casa de camponês, rasgou até colchão, carregou melancias das roças.

Uma companheira foi detida sem nenhuma explicação e levada numa viatura de um lado à outro da fazenda como forma de intimidação, depois absurdamente foi levada para a cidade, onde os policiais ficaram dando voltas, até deixá-la na porta de sua casa.

Qual crime os camponeses da Baixa Funda cometeram? Lutar pela sobrevivência de sua família através do árduo trabalho em suas roças!

A movimentação policial quebrou a rotina da cidade de Manga. Várias pessoas se solidarizaram com as famílias.

A liminar emitida pela Vara Agrária (departamento dos latifundiários na “justiça”) foi cumprida e nós responsabilizamos ao INCRA, pois o superintendente do órgão se comprometeu com as famílias que iria intermediar o impasse, tomando providências para desapropriação da área.

Essa tem sido a política de “reforma agrária” desse Estado burguês-latifundiário, serviçal de potencias estrangeiras, principalmente dos EUA: reintegração de posse contra os camponeses, repressão feroz com prisões e assassinatos, perseguição e criminalização de camponeses, quilombolas e indígenas.

Resistir na luta pela terra e contra a exploração e opressão semifeudal também tem sido a sina dos camponeses que seguem hoje como nunca o caminho da Revolução Agrária!

Conclamamos a todas as pessoas honestas e de bem, todos os movimentos, entidades e organizações que apoiam a luta pela terra a se posicionarem em favor das famílias da Baixa Funda. São 17 anos de luta, trabalho duro, vivendo com dignidade e respeito, cuidando de seus animais e criações, comercializando a produção das roças, galinhas e porcos, no comércio da cidade de Manga e região.

 

Conquistar a terra! Destruir o latifúndio!

Morte ao latifúndio! Viva a Revolução Agrária!

 

Famílias camponesas da Baixa Funda

Comitê de Apoio a Luta pela terra em Manga

Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas e Bahia

Abril de 2014