O FR inicia afirmando que “A nova invasão poderá comprometer a conclusão da reforma agrária na fazenda.” A verdade é que se existe alguma intenção de cortar estas terras por parte do governo federal entendemos que é unicamente pelas invasões e outras lutas que desenvolvemos junto às organizações classistas, apoiadores e intelectuais honestos nestes últimos anos. Entendemos que só a luta pode gerar as transformações que o povo precisa.
Mentem sobre a existência de armas nas mãos dos camponeses acampados atualmente, clamando por repressão, assim como ocorreu em 1995, quando a imprensa a serviço dos latifundiários publicou matérias sensacionalistas que justificavam a violência policial e de bandos armados contra camponeses pobres acampados na fazenda.
Mas vamos às verdades que o FR omite sobre a luta do Codevise:
1. Em agosto de 2007, após um longo trabalho de debates com as vítimas, palestras nas universidades, denúncias em jornais, TV, rádios sobre o descaso do governo federal com a situação das vítimas, o Codevise decidiu ir à Brasília cobrar de Lula as promessas feita aos camponeses na época do massacre. As vítimas e vários apoiadores ficaram 19 dias acampados em frente ao palácio do Planalto sem que Lula os recebesse, com medo de ser desmascarado.
3. Numa reunião em Ji-Paraná com centenas de famílias o ministro passou por cima do acordado e sem ouvir uma vítima sequer, indicou a Fetagro (entidade governista) como responsável do levantamento, triagem e controle de R$ 95 mil destinados às vítimas.
4. No dia 11 de maio de 2008 as famílias organizadas pelo Codevise acamparam na fazenda. O superintende do Incra Carlino Lima e um ex-assessor da senadora Fátima Cleide (PT) fizeram de tudo para impedir que as famílias permanecessem na área. Usaram o MAP, movimento criado pelo Incra em Pimenta Bueno, especializado em abocanhar recursos do governo via projetinhos fantasmas. Usando bandidos escolados em extorquir e enganar trabalhadores o Incra tentou desmobilizar o acampamento.
5. Hoje em plena campanha eleitoral, PT/Incra/Fetagro estão mais interessados que nunca em usar a desapropriação para seus projetos eleitoreiros e por isso querem a todo custo controlar quem vai ser assentado. E ainda ameaçam usar a Polícia Federal para atacar a tomada da fazenda Santa Elina.
As vítimas de Corumbiara têm motivos de sobra para desconfiar do governo e seus agentes em relação ao corte da fazenda Santa Elina. Repudiamos as mentiras veiculadas pelo FR e seus ataques odiosos à luta pela terra e às vítimas. Apoiamos totalmente esta legítima tomada de terra que cortará e distribuirá terras às vítimas que não receberam terra em 1995 e a muitos outros camponeses pobres sem terra. A justiça tão esperada, finalmente será feita!
Viva os 15 anos da heroica resistência camponesa em Corumbiara!
LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental
Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres