Um ano do assassinato do companheiro Luiz Lopes! Segue o clamor: Justiça!

No dia 15 de junho de 2009 o companheiro Luiz Lopes foi assassinado. Histórica lide­rança camponesa da região sul do Pará, Luiz Lopes não se deixou levar pelo canto da sereia do oportunismo, que acomodou em repartições pú­blicas das gerências petistas ou corrompeu aber­tamente outras antigas lideranças camponesas da região; também recusou a chantagem do falso ambientalismo, utilizada principalmente na região amazônica para garantir os interesses do imperia­lismo sobre as riquíssimas terras do Pará. Resis­tindo junto com o povo nas terras da Bradesco e depois na “Batente”, em Conceição do Araguaia, o companheiro Luiz encampou as consignas da Re­volução Agrária: tomar, cortar e entregar para os camponeses pobres sem terra, ou com pouca ter­ra, todas as terras do latifúndio! Reunindo antigos e novos companheiros, organizou em 2005 a Coor­denação da Liga dos Camponeses Pobres do Pará e Tocantins. E foram as bandeiras da LCP que en­corajaram e dirigiram a luta das massas campone­sas que, após a combativa experiência da tomada das terras da Jacutinga, Talismã e Capivara (Área Revolucionária Gabriel Pimenta), travaram a luta pela Forkilha, que abalou as estruturas do latifún­dio no sul do Pará. As massas passaram a fazer com as próprias mãos no sul do Pará o que Lula e Ana Júlia prometeram e não cumpriram, e toma­ram dezenas de latifúndios!

Os oportunistas do PT, PCdoB e de outras laias, na gerência do Estado, selaram com o latifúndio o compromisso de repri­mir as massas camponesas, levado a cabo com a “Operação Paz no Campo”, no final de 2007. Esta foi a maior operação militar contra camponeses em luta pela terra no sul do Pará desde as operações de guerra desencadeadas pelo regime militar con­tra os combatentes do Araguaia na década de 70. Diante das atrocidades cometidas pelas hordas da repressão “democrática” de Lula e Ana Júlia, o companheiro Luiz Lopes não se calou! Denunciou as torturas e os assassinatos de 13 companheiros que aconteceram em decorrência da luta na Forki­lha, e o verdadeiro caráter daquela operação, “Ter­ror no Campo”! Este período pode ser considerado como o início da atual campanha de criminaliza­ção do movimento camponês, que é a repressão do Estado combinada com eliminação de ativistas e lideranças camponesas por pistoleiros e grupos paramilitares organizados pelo latifúndio, que está em curso em todo o país.

Mesmo em condições muito difíceis, quando diante da convergência de forças da reação se gestava a capitulação que veio à tona com as de­clarações de João Pedro Stédile (direção nacional do MST) em 2010, e bandidos, como Pedro Alcân­tara da FETRAF, traficavam abertamente influên­cia no INCRA para vender lotes, expulsar cam­poneses de terras e distribuir cestas básicas, o companheiro Luiz seguiu combatendo. Luiz Lopes foi assassinado quando se preparava para depor como testemunha contra o latifundiário que mandou assassinar o companheiro “De Assis” na Nazaré, ao mesmo tempo em que mo­bilizava os companheiros do Gabriel Pimenta para barrar as investidas do latifundiário, que tentava corromper lideranças para retirar as famílias da área!

Não é de estranhar que o Estado não tenha apre­sentado os assassinos de Luiz Lopes. Seus gerentes não vão se colocar, nem ao latifúndio que os ceva, no banco dos réus! O que fica claro é que, a farsa que se pretendeu urdir na época, imputando a desavenças pessoais o assassinato do companheiro Luiz Lopes, sumiu na poeira das nu­vens!

Seguimos combatendo, companheiro Luiz Lopes!

Os camponeses do Ga­briel Pimenta estão enfren­tando os oportunistas e avançando na luta para que o INCRA legalize em definitivo suas terras!

Diversos democratas rompem com o oportu­nismo; estudantes, professores e sindicalistas honestos se solidarizam com a luta camponesa combativa!

Camponeses que estão sendo atacados pelo Estado, pelo latifúndio e pelo oportunismo nos procuram!

A Coordenação da LCP do Pará e Tocantins se reúne e se fortalece, enfrentando com organi­zação e determinação o vazio deixado pela sua ausência forçada, e a de tantos companheiros perseguidos!

Seguimos combatendo, companheiro Luiz Lo­pes!

E diante de seu covarde assassinato, se so­mam, a cada dia mais, vozes exigindo JUSTIÇA!

Seguimos combatendo, companheiro Luiz Lo­pes!

E a cada encontro em que reforçamos nosso juramento, de dar a própria vida para honrar nos­sos mártires e conquistar a terra, o pão e uma Nova Democracia, aumenta a nossa confiança e decisão de seguirmos com as massas libertando as terras, destruindo o latifúndio, organizando as Assembleias Populares, nossa produção, as Escolas Populares, enfim, a gloriosa Revolu­ção Agrária!

Justiça!

Morte ao latifúndio!

Viva a Revolução Agrária!

Companheiro Luiz Lopes! Presente!

Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres

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