A mentira das usinas e a verdade sobre elas

TONELADAS DE PEIXES MORTOS LAGO DAS USINASDesde o ano de 2009 o povo de Rondônia e o Brasil em geral vêm acompanhando os vários acontecimentos envolvendo as Usinas do Madeira (Jirau e Santo Antônio), uma das primeiras notícias foi o grande desmatamento feito para construir esses megas empreendimentos, as belas cachoeiras e corredeiras de Santo Antônio e Jirau completamente desapareceram, grandes faixas de terras foram alagadas sumindo por completo do mapa, alguns jornais da internet compromissados com a verdade denunciaram morte de milhares de animais como: pacas, antas, tatus, preguiças e outros, mas a grande imprensa se calou, pois esteve sempre a serviço dos grandes empreendimentos. Com o represamento de extensas áreas, CENTENAS de toneladas de peixes morreram e muita coisa não se falou, mais uma vez a verdade foi escondida, várias comunidades moradoras das margens dos rios e planícies baixas foram afetadas perdendo suas moradias, bens, lavouras, animais de criação e principalmente seus sonhos. A pesca artesanal modalidade que era o sustento de muitos pescadores acabou por completo, exemplo disso é a comunidade Porto Seguro acima da antiga cachoeira TEOTÔNIO, nesse momento muitos pescadores esperam na justiça receber o que lhes foi tirado.

Com a proposta de tecnologia e modernidade as empresas construtoras ( Camargo Corrêia, Odebrech, Furnas, Eletronorte e outras) financiaram a formação de grupos denominados Usinas já! Formado por políticos inescrupulosos sedentos por dinheiro com o objetivo de ajudar grandes companhias que sempre financiaram campanhas eleitorais, em suas propagandas pelo rádio e televisão desovavam notícias sobre notícias garantindo a toda sociedade que os impactos das usinas seriam mínimos, pois as tecnologias de usinas fio d’água , sistemas de turbinas bulbo e estudos sobre as grandes cheias decamilenar não permitiam muito impacto ambiental. A pressão dos grandes meios de comunicação realizou grande lavagem cerebral sob as mentes e os corações da população, afirmando que com a construção das Usinas do Madeira o povo iria ter mais renda e Rondônia iria progredir mais e mais…… Na gestão do presidente LULA, Licenças ambientais foram fraudadas, defensores da preservação, ambientalistas foram repelidos, funcionários do IBAMA foram obrigados a extraviar os verdadeiros relatórios de impacto ambiental, o diretor de licenciamento do IBAMA LUIZ FELIPPE KUNS foi demitido, afastado por se pronunciar contra os incompletos relatórios das usinas. O IBAMA foi dividido em dois órgãos, um para administrar áreas protegidas, outro para aprovar licenças ambientais e projetos errados das usinas. Nasceu o ICMBIO ( INSTITUTO CHICO MENDES BIODIVERSIDADE), isso uma própria ironia ao nome, pois Chico Mendes seringueiro jamais aprovaria tal destruição.

O hidrólogo boliviano JORGE MOLINA, os cientistas BRUCE FORSBERG E ALEXANDRE KEMENES criticaram e reprovaram os estudos feitos pela ODEBRECHT e pelo grupo das usinas, no tocante os cálculos da área de inundação das usinas, assim como os estudos simplificados que não analisaram os níveis de água e os efeitos das inundações futuras com o ciclo das cheias, apontaram que a velocidade do rio e os níveis de água do rio Madeira seriam afetados no trecho bi-nacional(acima de Abunã).

OPERÁRIO ESMAGADO EM MAQUINÁRIO DA USINADezenas de operários foram mortos por acidentes de trabalho, moídos como carne bovina nas engrenagens das grandes máquinas, caindo de grandes pilares ou por exaustão, muitos se tornaram inválidos ou inaptos aos serviços por perderem membros e por outros acidentes, contra toda essa opressão e pela falta de pagamentos e atraso nos salários, milhares de operários realizaram greve exigindo seus direitos e cobrando mudanças no sistema de trabalho mais parecido com a escravidão, exemplo disso foi a rebelião do ano de 2012 onde vários veículos foram queimados junto com várias instalações de trabalho. Depois desse triste episódio a presidenta Dilma Rousseff/PT e governo de Rondônia Confúcio Moura PMDB/RO passaram a reprimir brutalmente com envios de tropas da Força Nacional e todo efetivo do Estado os operários das usinas, pais de famílias foram presos mandados para o presídio URSO BRANCO, como se fossem marginais, outros sofreram torturas e até hoje existem desaparecidos.

No ano de 2013 uma série de sequências de desbarrancamento passou a acontecer e permanece até hoje destruindo pequenas vilas, residências e a mata à beira do barranco do rio, as cidades de Calama, São Carlos e comunidade Nazaré são provas disso, os forasteiros estranhos à cultura ribeirinha ou cabocla dizem que isso sempre aconteceu, pois o rio é novo e outras coisas mais…… Mas quem mora em nossa região sabe que sempre existiu o fenômeno do desbarrancamento, mais seu efeito vem aumentando brutalmente devido à construção das USINAS, muito antes das enchentes casas e árvores do bairro Triângulo vem sendo destruídas com as ondas provenientes da aberturas das comportas, fatos dizem mais do que palavras…

Diretores de associações de defesa da ESTRADA DE FERRO MADEIRA MAMORÉ e outras entidades apresentaram provas de crimes ambientais, ao patrimônio público, várias residências da antiga VILA FERROVIÁRIA tiveram suas estruturas abaladas com imensas rachaduras, com as obras das usinas o espaço da EFMM foi alterado e violado, assim a invasão das terras da união tombadas ocorreu sem oposição alguma, tudo isso foi comunicado ao Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e nada aconteceu não se tomou providências, pelo contrário esses órgãos fizeram vistas grossas para condenar as USINAS, assim foram os primeiros a aprovarem todas as ações criminosas das usinas e moveram processos contra os que denunciaram as usinas NO CASO ( DIRETORES DA ASSOCIAÇÃO DE AMIGOS DA MADEIRA MAMORÉ). O próprio IPHAN ( INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DA UNIÃO) adulterou laudos para ajudar as USINAS DO MADEIRA, e nada aconteceu até hoje.

LAGO DA USINA JIRAU INVADE BR-364 REGIÃO DE ABUNÃOutro fato gravíssimo ocorrido foi a mudança da construção da USINA JIRAU, descrita para ser construída em uma área, acabou sendo construída em outra, aí gravemente foi desconsiderado os riscos de impacto ambiental com a nova mudança, muitos pesquisadores afirmam que o maior impacto veio desse fato.

O que também não se consegue esconder é o roubo de dezenas de quilos de ouro das terras que circundam os canteiros de obras das usinas, vários funcionários demitidos relataram que dentro dos canteiros de obras existem áreas específicas onde só pode entrar pessoas autorizadas, nessas áreas o ouro do subsolo da nação é pilhado, pois os grupos de construtoras são para a construção das barragens e não podem atuar no ramo de mineração, além do ouro pertencer ao país não possuem licença para isso.

Hoje milhares de famílias rondonienses perderam seus bens, casas e outros, decorrente da cheia do rio MADEIRA, se as águas do rio não estivessem represadas formando grandes lagos, obviamente a inundação não tomaria grande força e proporção. Nas cidades ao longo do rio, as famílias estão totalmente desamparadas jogadas em escolas e ginásios vivendo de doações da população não atingida pelas inundações. Parte dos bairros centrais de Porto Velho estão de baixo d’água, as cidades de Guajará Mirim e Nova Mamoré estão isoladas, tendo em vista que a BR-364 sentido Acre foi tomada pelas águas do grande lago de Jirau que não suportou a cheia do madeira como outras localidades.

Contudo a verdade continua a ser escondida, a grande imprensa televisiva insiste em desviar a atenção do povo em geral de que a enchente que afetou a população de Rondônia é proveniente do desgelo dos Andes, falam especificamente isso porque estão recebendo muito dinheiro dos grupos de hidrelétrica Jirau e Santo Antônio. Um fato curioso é que essa grande cheia já era prevista por ambientalistas e por grupos compromissados que estudavam o impacto, agora é só esperar ainda mais para confirmar que uma mentira bem contada várias vezes se torna uma verdade. A mentira da grande IMPRENSA e das USINAS DO MADEIRA é uma verdade que esqueceu de acontecer…

Frente de luta do povos da floresta e camponeses da Amazônia

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