Amazônia Legal: extrema-direita pede ocupação militar permanente

Elementos da extrema-direita defenderam, nos últimos dias, uma maior e mais ampla ocupação militar da Amazônia. Dentre eles está o guru bolsonarista, Olavo de Carvalho.

“Na Amazônia ninguém sabe o que se passa”, e prossegue, sugerindo: “A única solução é o que o Bolsonaro diz: mandar o Exército para lá. O resto não adianta”. “Aquilo tem que ser ocupado militarmente”, dispara.

A fala do ideólogo fascista ocorreu durante uma homenagem promovida a ele pela Embaixada brasileira, no dia 29 de agosto.

Já o militar reformado e deputado federal pelo Rio de Janeiro, o bolsonarista Joziel Ferreira (PSL), clamando por uma intervenção militar, afirmou: “Que o Exército ocupe todos os espaços da Amazônia para que se expulse do Brasil todas as ONGs internacionais que levam nossa riqueza e nos deixam a lama”. No resto da fala, ele disse ainda que “o Exército tem que assumir, junto com as Forças Armadas, o protagonismo nessa nação”.

O discurso foi pronunciado durante uma intervenção do deputado no Congresso Nacional.

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As declarações confirmam a análise presente na edição 226 de AND, segundo a qual os incêndios da Amazônia, provocados por latifundiários, têm ligação direta com grupos bolsonaristas e de extrema-direita, cujo objetivo mais grave era justificar e impulsionar a militarização da Amazônia. A região é onde concentram-se as lutas por terra e os movimentos camponeses combativos.

Sob justificativa de “combate ao fogo”, o governo decretou “Garantia da Lei e da Ordem” (GLO) na Amazônia Legal, válida até 24 de setembro deste ano. Hoje, estão ocupando a região 4,5 mil militares, empregando 250 viaturas e 11 aeronaves.

Por Jailson de Souza

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