Na manhã desta sexta-feira, 10 de fevereiro, foi realizado na Sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jaru um Ato Público convocado pelo CEBRASPO – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos, a ABRAPO – Associação Brasileira dos Advogados do Povo e a Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres.
ATO DENUNCIOU GRILAGEM, ASSASSINATOS DE LIDERANÇAS CAMPONESAS E INDÍGENAS E A CONIVÊNCIA DO ESTADO DE RONDÔNIA E DO GOVERNO FEDERAL.
Ainda, segundo a nota divulgada, os ataques contra os camponeses “visam esconder o maior roubo de terras neste século no Brasil, que está em curso com a tentativa de legalizar documentos de terras públicas griladas por latifundiários e que são em torno de 80% do território de Rondônia. A trama é passar as terras da União para o Estado, que as dividiria entre a quadrilha de latifundiários que controla também os cartórios, fóruns e quartéis da polícia de Rondônia”.
Em 2016 o número de assassinatos no campo no país superou a quantidade de casos ocorridos durante todo o ano de 2015. De acordo com levantamento da CPT (Comissão Pastoral da Terra), 60 pessoas foram assassinadas em decorrência de conflitos agrários em 2016. Entre as vítimas estavam lideranças de movimentos camponeses e de populações tradicionais engajadas. Um dos poucos casos a ganhar repercussão nacional aconteceu em Rondônia, Estado que concentrou um terço dos assassinatos ocorridos no campo em 2016.
Diversas operações da Polícia Federal, como a Operação Mors, deflagrada no Vale do Jamari, apontou o envolvimento de policiais militares em milícias armadas e grupos de Extermínio em Rondônia. Um incidente, de uma prisão de pistoleiros, ocorrida em 03 de fevereiro de 2016, flagrou o 3º sargento PM Moisés Ferreira de Souza, que foi liberado pelos policiais e depois contaram uma fantasiosa estória de que “ele teria fugido”.
Lideranças de diversas áreas criticaram de forma contundente o fato de que o Estado de Rondônia age apoiando e organizando grupos paramilitares para perseguir e assassinar camponeses. “Os verdadeiros chefes da pistolagem são Confúcio Moura e o coronel da PM Ênedy”. São eles que dão o suporte para ações ilegais em Rondônia. Diversas intervenções no ato defenderam a necessidade de se formalizar denúncias nacionais e internacionais, bem como acionar judicialmente o Governador de Rondônia e o seu comandante da PM. Após o Ato Público na sede do STTR de Jaru, mesmo sob forte chuva, os participantes realizaram uma passeata para externar de forma pública as perseguições sofridas, e imediatamente entraram em contato com o Incra, terra legal, luz para todos e etc. cobrando dezenas de reivindicações de várias áreas, organizadas em uma pauta que, se não tendida, levará a manifestações e fechamento de BR´s. Os camponeses também se mostraram favoráveis a participar de atos promovidos pela FETAGRO contra a reforma da previdência. Os manifestantes também denunciaram as perseguições contra os indígenas em outros Estados.