Por volta das 13:00 horas o camponês Luiz retornava de moto da cidade quando foi fechado por três caminhonetas sem identificação próximo ao seu lote. Cerca de 15 policiais armados saíram dos veículos e sem nenhuma explicação ou perguntas o derrubaram no chão, pisaram em sua garganta e iniciaram sessões de sufocamento com saco plástico, espancamento com porretes e com um cabo de foice que estava no local. Os policiais queriam que Luiz assumisse delitos ocorridos na região do Projeto de Assentamento Rio Alto e o torturaram sem parar durante duas horas, deixando várias marcas no seu corpo.
Luiz foi torturado por que cometeu o “crime” de ser pobre. Ninguém tortura deputado corrupto, bandidos de colarinho branco ou latifundiários e seus bandos armados. A tortura é crime inafiançável no Brasil, mas sempre foi amplamente utilizada por policiais, devido à certeza de impunidade nos crimes praticados pelo Estado. A tortura sempre foi um dos muitos crimes praticados por policiais de Rondônia, que atuam como milícia armada dos latifundiários.
Em Rondônia dezenas de ocupações estão ameaçadas de despejo, ao mesmo tempo em que os latifundiários e seus bandos armados seguem cada vez mais encorajados a atuar impunemente diante da escalada repressiva por parte do poder judiciário, polícias e dos monopólios de comunicação, todos a serviço do latifúndio.
Este caso é grave e representa a total falência da reforma agrária do governo, onde os camponeses que lutam são duramente reprimidos e nenhuma terra é cortada. A ouvidoria agrária e o Incra são responsáveis diretos pelo que vier acontecer aos camponeses do Rio Alto.
Exigimos punição aos policiais envolvidos nos casos de torturas e assassinatos de camponeses na região de Buritis.
Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental – LCP