Nesse 9 de agosto camponeses e seus apoiadores vindo de diversas localidades tomaram as ruas de Corumbiara, apesar de todas dificuldades e perseguições. Como de costume uma manifestação organizada pela LCP percorreu as principais ruas da cidade.
Além da LCP também estiveram presentes outras organizações como o CODEVISE – Comitê de Defesa das Vítimas de Santa Elina, STR de Corumbiara e o de Cerejeiras, MOCLATE – Movimento Classista dos trabalhadores em Educação, MEPR – Movimento Estudantil Popular Revolucionário, MFP – Movimento Feminino Popular, e também representantes da Escola Popular e da paróquia de Corumbiara.
Em meio de muitas faixas e bandeiras vermelhas, os presentes puderam fazer uso da palvara e celebrar a resistência, as conquistas e a organização dos camponeses. Também teve destaque o combate ao oportunismo, em particular o da Fetagro, que depois de tanto prejudicar os camponeses da antiga faz. Santa Elina tiveram a cara de pau de enviar um representante para fazer demagogia.
Por fim todo o povo foi convocado para avançar a luta, seguir com as tomadas de terra para desenvolver a região, destruir o latifúndio e fazer avançar a Revolução Agrária.
Ocupamos, lutamos e resistimos: a Santa Elina é do povo!
No dia 9 de agosto completam 17 anos da histórica luta dos camponeses de Corumbiara. Em 1995 centenas de famílias acampadas na fazenda Santa Elina resistiram heroicamente à ação covarde da polícia militar de Rondônia e bandos armados do latifúndio a mando do então governador Valdir Raupp (PMDB) e do latifundiário Antenor Duarte. O resultado desta ação criminosa foi o assassinato de 12 camponeses, entre eles a pequena Vanessa de 7 anos. Mesmo após serem rendidos, centenas de camponeses foram humilhados, torturados e presos. Até hoje muitos sofrem graves problemas de saúde.
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O Codevise e a luta das famílias por indenização e corte das terras
A LCP organiza a retomada da fazenda Santa Elina
Cansadas da enrolação do governo federal as famílias organizadas pela LCP e Codevise retomaram a fazenda Santa Elina em julho de 2010. Em poucos meses os camponeses organizaram o corte das terras e a entrega dos lotes para quase 300 famílias. Com esforço de seu trabalho e organização construíram estradas, casas e escola, prepararam as terras, produziram vários tipos de cultivo e criações. Tudo isso significou um grande impulso na economia local e passou a incomodar os latifundiários e oportunistas que temem mais que tudo a organização independente do povo trabalhador.
Ouvidoria Agrária, Incra e Fetagro atacam as famílias e suas conquistas
Para tentar arrancar na marra todas as conquistas das famílias iniciou-se uma ampla campanha de intimidação e repressão dirigida por Anselmo de Jesus/PT (Fetagro), Gercino José da Silva (Ouvidoria Agrária Nacional) e Carlino Lima/PT (Superintendente do Incra/RO). Gercino chegou a ameaçar que se as famílias não saíssem por bem, sairiam por mal. Dezenas de efetivos do Exército, Polícia Federal, Polícia Militar e Força Nacional foram usadas para ameaçar as famílias.
Temendo um despejo violento os camponeses decidiram se retirar das terras temporariamente confiando na promessa do Incra de respeitar o corte das terras e assentar todos moradores.
Mas como sempre o Incra não cumpriu o acordado. Alterou o corte das terras causando grandes prejuízos materiais e desentendimentos entre as famílias e muitas foram cortadas e sequer cadastradas. Em fevereiro um dos coordenadores de área da LCP, o companheiro Tiago, foi preso sob falsas acusações. A prisão do companheiro ocorreu porque ele sempre defendeu as famílias e denunciou o oportunismo da Fetagro e Incra.
Mesmo com todos estes ataques do latifúndio, do oportunismo, forças policiais e monopólios da imprensa as famílias não desanimaram e persistiram na luta, desmascarando as mentiras de Carlino Lima (PT).
Dilma criminaliza a luta pela terra
O governo Dilma/PT desde sua posse financia com bilhões os grandes latifundiários e com migalhas os pequenos produtores. Tudo para exportar soja, carne e açúcar para EUA, China e Europa.
E para tentar frear a luta pela terra criminaliza, persegue, despeja, prende, tortura e assassina camponeses e povos indígenas. Em Rondônia foram 5 assassinatos em 2012, despejos e várias prisões. Em abril a polícia assassinou covardemente o professor Renato no distrito de Jacinópolis pelo seu trabalho de apoio aos camponeses. Também prenderam e torturaram o camponês Adimar Dias de Souza (Roliço). Ele ficou vários dias incomunicável e hospitalizado em estado de coma em Porto Velho.
A reforma agrária do governo faliu! Camponeses querem Revolução Agrária!
Nos últimos anos ficou mais que provado que as famílias que ficam acampadas na beira da estrada, confiando no Incra e em lideranças oportunistas não conseguem terra e quando conseguem, a terra é ruim. Este é o caminho da reforma agrária do governo! Por outro lado, as famílias que entram nas terras, resistem, produzem, cortam por conta sem esperar pelo Incra conquistam a posse das terras e uma vida digna, de prosperidade e fartura. Este é o caminho da Revolução Agrária!
Só a Revolução Agrária pode resolver a situação dos camponeses pobres sem terra ou com pouca terra. Só tomando as decisões sobre todos os problemas que afligem nossa vida podemos construir uma verdadeira e nova democracia, livre de políticos eleitoreiros e todo tipo de sanguessugas e parasitas que roubam as riquezas de nosso trabalho! Os municípios de Corumbiara, Chupinguaia e Cerejeiras precisam de mais famílias ocupando e produzindo nas terras para desenvolver ainda mais a economia desta região e melhorar as condições de vida e trabalho de todos.
Viva a heroica resistência dos camponeses de Corumbiara!
Honra e glória aos mártires de Santa Elina!
Abaixo o oportunismo eleitoreiro! Não votar! Viva a Revolução Agrária!
LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental