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Camponeses presos ilegalmente em Alto Paraíso

Juíza de Ariquemes  da ordem de reintegração ilegal

Desde o dia 15 de outubro de 2013 camponeses do acampamento Monte Verde no município de Monte Negro, vivem dias de tensão, a juíza Elisângela Nogueira, de Ariquemes, deu uma ordem de reintegração de posse contra os camponeses em favor do latifundiário Nadir Jordão dos Reis. O latifúndio conhecido como fazenda do Jordão é uma área de terras da União que foi destinada para a reforma agrária há muitos anos e que os documentos usados para fazer a reintegração de posse pertence a outro latifúndio conhecido como fazenda do Vilmar.

Situação idêntica vivem os camponeses do acampamento Santa Fé em Alto Paraíso, que mesmo sendo terras da união conforme documentos do próprio INCRA os camponeses estão sendo ferozmente perseguidos pela PM sob o comando do Coronel Enedy Dias de Araújo.

Coronel Enedy persegue e prende camponeses ilegalmente

No dia 29 de outubro, 14 camponeses do acampamento 10 de maio, que fia no município de Alto Paraíso, foram presos sob a absurda acusação de formação de quadrilha. Os camponeses presos são: Andréia Silva (31), Ralfy Pereira Lima (26), Manoel Azevedo Maia (53), Kaleno Rodrigues dos Prazeres (20), Sidiney Pavani Machado (20), Samuel Braga(57), Daniel Ribeiro (31), Hudirlei Santos de Jesus (28), Wesley Herculano Coutinho (18), Lucas Barbosa de Souza (18), EIdevaldo Souza da Silva (37), Anderson Teixeira (24). Também foram apreendidas motocicletas e outros pertencentes destes camponeses. O despejo realizado pela PM foi violento com uso de bombas de efeito moral e balas de borracha. Vários camponeses ficaram feridos na ação.

Após a prisão os camponeses foram separados e enviados para diferentes presídios do Estado de Rondônia. Toda esta ação da polícia militar e justiça são ilegais e absurdas uma vez que a área está sub judice com ação que tramita na 5ª Vara da Justiça Federal.

Os camponeses foram tratados como criminosos e levados para longe das famílias com o objetivo de impedir visita de amigos e familiares e praticar todo tipo de violência com a certeza da impunidade. A justiça negou o pedido de liberdade.

Os familiares se queixam que quando chegam a Ariquemes o diretor do presídio diz que os presos foram transferidos para Ouro Preto, quando chegam em Ouro Preto dizem que os presos foram para Cacoal quando chegam em Cacoal dizem que foram transferidos para Machadinho e finalmente quando os familiares acham que o suplicio vai acabar, dizem que foram transferidos para Vilhena.

Acampamento 10 de maio: latifúndio foi desapropriado para fins de reforma agrária desde 1995

O Servidor do Incra Eustáquio conhecido das páginas policiais por “esquentar” posses de grileiros de terras da união deu declaração de posse em 2000 para o latifundiário Caubi Moreira Quito e em 2003 deu carta de anuência para os filhos do latifundiário em uma área de terra que foi destinada para reforma agrária desde 1995. Esse tipo de manobra é conhecido como ”esquentar documentos”, em 2005 Eustáquio foi demitido e preso pela policia federal que investigava esquemas de grilagem de terras da união e de áreas que já estavam destinadas para reforma agrária.

Ocupações de terra vão aumentar

O número de conflitos agrários na região de Ariquemes, Buritis, Campo Novo, Alto Paraíso, Monte Negro, Rio Pardo, Rio Alto, Minas Novas, União Bandeirante e Jacinópolis é bastante grande sem que nenhuma solução seja apresentada pelo Incra no sentido de assentar as famílias que estão acampadas. Seguidas operações da Polícia Militar e Força Nacional sob o comando do Coronel Enedy aconteceram nos últimos meses criando um clima de tensão, perseguições, abordagens e prisões ilegais. Não é a toa que os índices de assassinatos de camponeses pobres e principalmente de jovens pobres nesta região é o maior de Rondônia. A maioria destes crimes nunca é solucionado e cai no esquecimento. São os Amarildos de Rondônia.

Com o agravamento da crise econômica na região, comercio e madeireiras fecharam, o que aumentou o desemprego e a carestia do custo de vida, isso tem empurrado centenas de famílias a tomar terras. Por maior que seja a repressão policial ela não consegue resolver as causas do problema que é a enorme concentração de terras nas mãos de poucos latifundiários e o grande número de famílias sem terra ou com pouca terra. A situação tende a se agravar com mais ocupações em toda esta região e é preciso denunciar e repudiar com contundência qualquer tentativa da justiça e polícia de criminalizar a luta pela terra na região.

Abaixo a criminalização da luta pela terra! O povo quer terra não repressão!

Liberdade imediata de todos os camponeses presos!