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Delegados e policiais pistoleiros do “Galo Velho”, ele e irmão foram presos por assassinatos e roubos

Publicamos abaixo nota recebida da Liga dos Camponeses Pobres da Amazônia Ocidental

 

Delegados e policiais pistoleiros do “Galo Velho”, ele e irmão foram presos por assassinatos e roubos

O Ministério Público Federal de Rondônia, as polícias federal e civil deflagraram no dia 17 de novembro de 2022 uma operação chamada “Lamassu” contra latifundiário Antônio Martins dos Santos, o “Galo Velho” que mantinha bando armado formado por policiais civis e militares para defender a fazenda Norbrasil entre outras, na região de Nova Mutum Paraná, distrito de Porto Velho.

A fazenda Norbrasil, com área de mais de 33 mil hectares, foi mais uma terra pública da União grilada pelo Galo Velho, famoso ladrão de terra. Essa terra foi tomada de forma organizada pelos camponeses e depois cortada e distribuída em pequenos lotes para centenas de famílias camponesas que hoje vivem, trabalham e resistem na área Tiago Campim dos Santos.

Na operação do MPF, foram cumpridos 32 mandados de busca e apreensão, 1 mandado de afastamento de função pública e 5 mandados de prisão de delegados, policiais civis e militares e também um advogado. A investigação comprovou que “Galo Velho” gastou mais de R$ 445 milhões com esta quadrilha de bandidos, funcionários “públicos” que faziam serviço de pistolagem com armamento e viaturas do governo contra os camponeses. As investigações também apontaram diversos outros crimes cometidos pela quadrilha do “Galo Velho” e seu bando armado, como lavagem de dinheiro, grilagem de terra, fraude em processos judiciais para receberem indenizações milionárias da “reforma agrária” do governo, entre outros.

Mas para nós camponeses de Rondônia nada disso é novidade! O que agora vem à tona com essa operação contra esse bando armado a serviço dos ladrões de terra da União, tem sido sistematicamente denunciado há muitos anos por nós da LCP – Liga dos Camponeses Pobres. E esses crimes identificados são só uma pequena parte da extensa lista de crimes desses bandidos e do velho Estado contra os camponeses.

Foi para defender esse bandido do Galo Velho e outros latifundiários da região, todos ladrões de terras públicas, que o velho Estado, através do governador Coronel Marcos Rocha, pau mandado dos latifundiários, atacaram os camponeses através da “Operação Nova Mutum”. Esta megaoperação mobilizou verdadeiro aparato de guerra da Polícia Civil, PM, Força Nacional de Segurança, etc. e muita verba enviadas por Bolsonaro. Usaram dezenas de drones, helicópteros e toda parafernália policial para cercar, atacar e tentar despejar as famílias da área Tiago Campim dos Santos principalmente.

Foi para defender esses ladrões de terra da União que a PM, através do seu batalhão de assassinos, o BOPE, emboscou e assassinou nosso Companheiro Gedeon, grande liderança dos camponeses e o jovem Companheiro Rafael que o acompanhava.

Foi para defender esses ladrões de terra da União que a FNS e PM atuaram durante meses junto com o bando armado do Galo Velho e da família Leite (na época denunciamos inclusive as fotos desses policiais atuando como guaxebas) na área Ademar Ferreira.

Foi para defender esses ladrões de terra da União que comandos assassinos da FNS e PM invadiram ilegalmente a área Ademar Ferreira e executaram os Companheiros Amarildo, Amaral e Kevin, quando estes trabalhavam em suas roças, e prenderam outros. Além do crime covarde e repugnante que os policiais cometeram, a ilegalidade da ação foi tão grande que o delegado de plantão se negou a aceitar o boletim de ocorrência mal e porcamente forjado pelos PM, que inventaram um suposto confronto armado. E o delegado seguinte no plantão não aceitou a alegação de que os presos se tratavam de invasores, porque sequer havia reclamação legal da parte de prováveis proprietários, e assim não aceitou nem receber os corpos dos três companheiros e liberou os detidos para que respondessem em liberdade.

Foi para defender esses ladrões de terra da União que assassinaram, prenderam, torturaram, perseguiram, ameaçaram de morte, destruíram casas, mataram criações, causando enormes prejuízos aos camponeses dessas áreas.

Mas os fatos são teimosos e mesmo com todo silêncio cúmplice da imprensa-lixo de Rondônia quando se trata dos crimes do latifúndio e do velho Estado, deixa muito claro quem são os verdadeiros bandidos na região. São esses latifundiários ladrões de terras públicas da União, seus bandos armados, formados por policiais e guaxebas, e esse velho Estado que apoia e defende os interesses dessa corja de parasitas, canalhas, corruptos, sanguessugas da Nação.

Mesmo com todos os ataques e mentiras sistematicamente voltados contra nós camponeses, persistimos firmes e incansáveis na luta, derrotamos todos ataques e as inúmeras operações policiais. Mesmo enfrentando uma luta desigual, a megaoperação “Nova Mutum” foi derrotada pela vitoriosa resistência camponesa na área Tiago Campim dos Santos. O velho Estado com seu “poderoso” arsenal de guerra mais uma vez foi vergonhosamente derrotado pela brava resistência dos camponeses. Isso porque nossa causa é justa, lutamos não pelo interesse de uma minoria de parasitas endinheirados, mas em benefício da maioria que é explorada.

Representamos o novo, e nossa luta é justa porque brigamos pelo sagrado direito à terra para viver com dignidade sem depender de nenhum “senhor” ou de governo corrupto, mas nos apoiando nas nossas próprias forças, e assim progredir todos os camponeses das áreas, os pequenos e médios comerciantes, e demais trabalhadores. Onde as forças do latifúndio se enfraquecem, o povo, as áreas e as pequenas cidades prosperam. Através da nossa luta é que alcançamos verdadeira justiça. Ao contrário, onde impera o latifúndio, campeia a miséria, exploração e o sangue camponês derramado.

A firme resistência dos camponeses da área Tiago Campim dos Santos e Ademar Ferreira, dentre outras áreas, são exemplos vivos de que somente através do caminho da luta, da Revolução Agrária, os camponeses pobres sem terra ou com pouca terra podem destruir o latifúndio e conquistar a terra. E seguiremos cada vez mais firmes nesse caminho, elevando crescentemente nossa organização, resistindo e defendo a posse das nossas terras nas nossas áreas e lutando pela conquista de novas terras para mais famílias de camponeses pobres!

Viva a vitoriosa resistência camponesa contra a operação “Nova Mutum”!

As terras da área Tiago Campin dos Santos são do povo!

Honra e glória eternas aos companheiros(as) caídos na Luta Pela Terra!

Punição para os executores e mandantes dos assassinatos de lutadores do povo!

Fora das nossas áreas, polícia guaxeba de latifúndio ladrão de terra da União!

Conquistar a terra! Destruir o latifúndio!

 

Viva a Revolução Agrária!

Viva a LCP!

 

Liga dos Camponeses Pobres da Amazônia Ocidental

 

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