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Encontro do coletivo de arte e cultura BAGAÇO na Área Revolucionária José Ricardo

Durante os dias 20 e 23 de junho foi realizado o encontro do coletivo Bagaço na Área Revolucionária José Ricardo, Lagoa dos Gatos – PE. O encontro teve a participação de aproximadamente vinte jovens vindos da região metropolitana de Recife, entre eles artistas populares, estudantes da UFPE e de agropecuária do CODAI, e contou com o apoio da Escola Popular Elizabete Teixeira.

O encontro foi rico em discussões sobre a arte e a cultura, especificamente sobre a grandiosa referência da Revolução Cultural Proletária da China, desenvolvimento histórico da arte exemplificado a partir da pintura, amplas exposições sobre expressões do povo das periferias urbanas como o graffite, a pixação, mural, rap entre outras linguagens que contaram não só com referências nacionais, mas históricas e internacionais. Os debates também abriram um espaço especial às expressões especificamente nordestinas como o forró, xaxado, coco, cavalo marinho, ciranda, maracatu, entre outras.

Subjacente à essas discussões, foi desenvolvendo-se ao logo de todo o encontro um debate sobre a concepção revolucionária e popular da arte, tocando questões como a necessidade de desenvolver a arte partindo da inesgotável fonte do povo e a seu serviço; a responsabilidade e papel dos artistas como agentes da revolução, e não como simples espectadores; a crítica da concepção burguesa da arte como arte pela arte, a arte para a corporativização ou a arte-mercadoria etc.

Pela manhã, as atividades começavam com exercícios e músicas de capoeira retomando a tradição guerreira do povo brasileiro. Os participantes do encontro também contribuíram e aprenderam na roça coletiva da Escola Popular. No último dia, foi feita uma visita às parcelas de vários companheiros da área onde os participantes perceberam a grande e diversificada produção dos camponeses.

Uma das atividades mais importantes foi a produção de um graffite e pichações que estão sendo muito valorizados pela comunidade da área e representam uma importante contribuição do coletivo Bagaço no desenvolvimento da nova cultura em meio da Revolução Agrária.