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PM fascista de Confúcio / Ênedy segue reprimindo o Acampamento Jhone Santos, mais um camponês foi assassinado

Na noite do dia 24 de setembro de 2016, policiais militares realizaram blitz numa estrada próxima do Acampamento Acampamento Jhone Santos, localizado na Linha 206, no distrito de Rondominas, município de Ji-Paraná. Também participaram da batida policial elementos armados, vestindo bermuda, em 6 motos – certamente eram pistoleiros. Os policiais abordaram dois camponeses que estavam em um carro, perguntaram quem eram os líderes do acampamento, quem da LCP passava orientações a eles. Revistaram o carro, obrigaram os trabalhadores a jogarem todas as coisas no chão, que estava cheio de lama da chuva recente. Um camponês disse que os policiais eram abusados porque aproveitavam da farda. Então os agentes iniciaram uma sessão de espancamento contra o acampado, que foi preso e liberado apenas após pagamento de fiança. Também apreenderam o carro.

Vizinhos do acampamento avisaram que a polícia continuava circulando no entorno do acampamento. Inclusive, viram quando policiais derrubaram duas placas feitas pelos camponeses, pintada com a bandeira da LCP e nossas consignas de luta. Segundo relatos dos moradores, os agentes da repressão pisaram na placa e xingaram, com muita raiva: “cambada de sem terra vagabundo!” Antes, estas placas já tinham sido atingidas por disparos de armas de fogo, provavelmente por pistoleiros.

Na tentativa de criminalizar os camponeses em luta pela terra, no dia 26 de setembro, policiais foram na Escola Municipal de Ensino Fundamental Antônio Prado, distante cerca de 15 quilômetros do acampamento. Segundo relato de camponeses, os PMs pediram ao diretor os nomes dos alunos acampados e de seus pais. O educador se negou a dizer sem uma ordem judicial, mas foi de sala em sala e pediu que as crianças que moravam no acampamento levantassem as mãos. Os policiais ficaram do lado de fora das salas, mas viam tudo pelas janelas. Alunos que vieram da região de Buritis identificaram dois policiais que reprimiam os camponeses em luta pela terra no Vale do Jamari. Policiais perguntaram se havia muitas crianças acampadas estavam estudando, o diretor respondeu que sim e informou que graças ao acampamento a escola não foi fechada, como previa a prefeitura.

Breve histórico do acampamento Jhone Santos

Famílias que foram despejadas da fazenda Nicomar, em Ariquemes, no dia 12 de abril de 2016 ocuparam as fazendas Santa Dominique e Santa Natalie (Agropecuária Amaralina), que segundo informações levantadas pelos trabalhadores, são terras públicas. Em julho, Brito, superintendente do Incra, solicitou o levantamento dos documentos das terras. Há duas ações contra o Acampamento, com decisão liminar de reintegração de posse. Hoje, vivem cerca de 300 famílias no acampamento, sendo mais de 100 crianças, adolescentes e jovens, de 0 a 17 anos. No acampamento foi construído um barracão onde as famílias se reúnem em Assembleia Popular e decidem coletivamente sobre tudo o que lhes diz respeito, funciona uma escola para reforço escolar, cozinha e horta coletivas, o excedente da produção é doado para os moradores vizinhos, retribuindo várias doações que fizeram.

Em maio, 5 estudantes, professor e camponês foram presos arbitrariamente em Ji Paraná por distribuírem panfletos em apoio ao acampamento. No final de agosto, após a saída pacífica das famílias do Acampamento Enilson Ribeiro, no município de Seringueiras, a PM que estava lá, se deslocou e passou a atacar o Acampamento Jhone Santos. Policiais militares, inclusive do GOE, entraram nos ônibus escolares fortemente armados, fotografaram e coagiram as crianças, abordaram de forma violenta moradores vizinhos nas estradas de acesso ao acampamento, agrediram dois acampados. Camponeses relataram que helicópteros e drones tem sobrevoado a área.

No dias 05 de setembro de 2016 4 viaturas da PM e GOE (CPL 567 / GE 003), uma Strada e uma caminhonete foram no acampamento, acompanhar um oficial de justiça. Todos acampados, homens, mulheres e crianças, se reuniram com rostos cobertos e bandeiras, cantando canções de luta e gritando palavras de ordem. Os policiais se retiraram, apontando as armas pesadas para as famílias. No dia seguinte, 2 viaturas voltaram no acampamento.

É urgente que todos os verdadeiros honestos e democratas se unam e defendam os camponeses, indígenas e demais massas populares. Que denunciem os ataques desse velho e carcomido Estado brasileiro representado hoje pelo governo do PMDB e sua base de sustentação, sucessor do governo do PT/PMDB/PCdoB/PSB/PDT, etc., que comete diariamente todos os tipos de crimes contra nosso povo.

URGENTE! Após esta nota estar escrita, recebemos a notícia de que Sebastião Pereira dos Santos, um camponês do Acampamento Jhone Santos, foi executado em sua casa no município de Vale do Paraíso. Segundo notícia na página https://www.correiocentral.com.br/noticias-det.php?cod=7288, dois homens armados invadiram a residência e atiraram 7 vezes contra o acampado, que foi atingido por 6 disparos. A esposa do camponês disse que um dos assassinos disse: “Nós avisamos que iríamos matar de um a um.” E que o mandante é o latifundiário grileiro de terras públicas, residente fora do Brasil, que se diz o dono das terras tomadas pelas famílias.

Defender e apoiar os camponeses do Acampamento Jhone Santos!

Liberdade para os camponeses presos políticos da gerência Confúcio Moura / PMDB!

Cadeia para as quadrilhas de latifundiários grileiros de terras públicas e assassinos!

O povo quer terra, não repressão! Tomar todas as terras do latifúndio!

Abaixo a corrupção e a farsa eleitoral! Fora PT, PSDB, PMDB e todos partidos eleitoreiros!

Jaru, 29 de setembro de 2016

LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental