Seminário de produção em Pernambuco

Nos dias 06 e 07 de março foi realizado na Área Revolucionária José Ricardo – Pernambuco, o 1º Seminário de Produção da região Nordeste, organizado pela Escola Popular e CDRA – Comitê de Defesa da Revolução Agrária. No seminário participaram em média 50 pessoas por dia entre camponeses, estudantes e professores de Alagoas, um professor do Recife, duas estudantes espanholas, camponeses das áreas da LCP e apoiadores da cidade.

Foi realizado o levantamento dos dados da produção do ano de 2009 e o que se pretende plantar e colher no inverno de 2010, além de outras informações que serão utilizadas para elevar a organização e o planejamento da produção.

Mesmo no ano do corte popular, onde ficou decidido qual seria a parcela de cada camponês, e o período das chuvas já ter iniciado, a produção das principais culturas de 67 famílias em 2009 foi:

Macaxeira – 1.050 sacos ou 63 toneladas

Mandioca – 1.250 sacos ou 75 toneladas

Batata – 1.189 sacos ou 71 toneladas

Feijão – 154 sacos, ou 9 toneladas

Alface – 28.650 unidades

Coentro – 9,6 toneladas e 380 kg de sementes

Quiabo – 2.614 sacos/30kg ou 78 toneladas

Foram plantadas: 3.065 mudas de maracujá, 1.405 de laranja, e 17.540 mudas de banana.

A área José Ricardo é destaque na produção em toda região Nordeste. Já se passaram 7 anos de luta pela conquista da terra, ainda é um acampamento, mas segue guiada pelo programa da Revolução Agrária, comprovando que a única possibilidade do povo trabalhador de ter um vida melhor é se organizar, se unir e ir a luta, não esperar a falida reforma agrária e não se iludir com as promessas e esmolas do governo.

“Hoje eu estou no paraíso.”  – Dona Francisca – 63 anos

O antigo latifúndio do “coronel” Cordeirinho, hoje pertence aos heróis camponeses que enfrentaram o latifúndio e a repressão do Estado, para ter direito a terra e poderem nela produzir seus alimentos e poderem sonhar com uma vida mais digna, se lançam no trabalho para aumentar a produção e assim poderem alimentar seus filhos e abastecer as feiras do município e dos vizinhos. Com esse plano de produção se busca meios de melhorar a técnica, a comercialização, e principalmente a organização, como os Grupos de Ajuda Mútua – GAM, que já estão sendo formados e despertando o interesse de mais camponeses.

“Eu já trabalhei muito na minha vida, era pra eu já ter alguma coisa, mas eu tinha que dar a metade ao dono da terra, hoje a escravidão acabou.”  – Companheiro José, 54 anos.

O plano de produção vai ser levado a AP – Assembleia Popular e será avaliado e aprovado, na qual serão lançadas as metas de produção, discutidos os meios de nos organizar melhor, coletivamente nos ajudar e conseguirmos atingir as metas.

Companheiro José Ricardo, presente!

Terra para quem nela trabalha!

Conquistar a terra! Destruir o latifúndio!

Viva a Revolução Agrária!

image_pdfimage_print