Incra e Ouvidoria Agrária se aliam com bandidos para atacar a luta dos camponeses na fazenda Santa Elina

1. No dia 19 de junho o departamento de Ouvidoria Agrária e mediação de conflitos através do chefe do Incra de Colorado do Oeste/RO, enviou ofício ao companheiro Elias Quirino da Silva, membro do CODEVISE – Comitê de Defesa das Vítimas de Santa Elina.

2. No ofício, o ouvidor agrário Gercino alerta que as tomadas de terra devem ocorrer dentro da legalidade e do Estado Democrático de Direito e ameaça de exclusão do demagógico Plano Nacional de Reforma Agrária os camponeses que não se enquadram no dito “perfil da reforma agrária”. Numa clara alusão de que os camponeses que estão acampados na fazenda estariam cometendo crimes.

3. Luta pela terra não é crime senhor Gercino!

4. Mesmo sabendo que o CODEVISE é reconhecido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, pela Secretaria Nacional dos Direito Humanos, pelo Gabinete Pessoal do Presidente da República entre outras autoridades como legítimo representante das vítimas de Santa Elina, tanto o Incra regional como o senhor Gercino realizam negociações e reuniões paralelas e aceitam como verdades opiniões de bandidos como é o caso do sr. Sandro Paulo Barbosa.

5. Este tal Sandro nunca foi vítima de Santa Elina, é ex-assessor da senadora Fátima Cleide (PT), a mesma que durante a nossa ida em Brasília tentou desmobilizar as famílias oferecendo passagem de volta. Mas não conseguiu. O senhor Sandro é um ex-condenado pela justiça, elemento oportunista que diante da organização das famílias no acampamento não conseguiu seguir extorquindo dinheiro e foi desmascarado.

6. Sandro Paulo a quem o ouvidor agrário chama de “coordenador”, foi expulso do acampamento da fazenda Santa Elina, juntamente com sua laia de marginais por suas mentiras e manipulações junto ao Incra, além do maucaratismo e banditismo tão arraigado nessa gente.

7. Quando se viu acuado, tentou fazer ameaças, mas foi repudiado pelos camponeses. Este será sempre o triste fim dos traidores e renegados!

8. Mentiras plantadas através do Incra de Rondônia como forma de desqualificar o trabalho do CODEVISE e da Liga de Camponeses Pobres de Rondônia. Gercino acreditando na palavra de bandidos afirma que nós dissemos que a fazenda seria cortada, como se a gente estivesse enganando os acampados! Quem engana as pessoas são vocês senhor Gercino!

9. Ora, seria insano de nossa parte crer que o Estado fará algo que não seja repressão aos camponeses. O que dissemos é que nós vamos cortar a fazenda por que o Estado já demonstrou sua total incapacidade de fazê-lo. São 13 anos de espera senhor Gercino!

10. O próprio Lula prometeu em campanha que se eleito cortaria a fazenda, agora sabemos que era só demagogia. A fazenda é improdutiva, possui uma lista de crimes ambientais, sem falar no massacre perpetrado contra as famílias camponesas e ainda vocês não apresentam um pingo de decência ao dizer que ela não pode ser desapropriada? Façam-nos o favor!

11. Na nota Gercino pede para que as famílias se retirem da fazenda, ou seja, a mesma proposta que fez numa audiência recente em Porto Velho. Oferecer lona plástica e cesta básica podre para as famílias que querem terra para trabalhar e viver com dignidade.

12. Nunca a Ouvidoria Agrária pediu para latifundiários saírem das terras griladas da União como ocorre em Campo Novo, Buritis, Nova Mamoré, Corumbiara, União Bandeirante e outros lugares. Nunca a comissão paz no campo prendeu um único latifundiário pelos crimes de assassinato, ameaças ou por manterem bandos armados.

13. Na região de Campo Novo a fazenda Catâneo está usando empresas de segurança particular para patrulhar as linhas da região, inclusive realizando buscas e batidas em ônibus. Um camponês foi assassinado por bandos armados, o fazendeiro assumiu que liderou o ataque ao acampamento e nada foi feito! É este o Estado Democrático de Direito de que fala o senhor Gercino? Democracia para os ricos, ditadura para os pobres!

14. Desagrada-nos profundamente este tipo de postura assumida pelo ouvidor agrário, bem como as manipulações do Incra que têm cumprido verdadeiro papel de polícia no trabalho de desmobilizar os camponeses em luta pela terra em Rondônia.

15. A jogada do Incra é manjada, prometer outra área, dividir as famílias e jogá-las ao relento nas piores terras, ou para ficarem acampados em cidades e servindo aos interesses econômicos e eleitoreiros de elementos oportunistas. Está é a prática bolorenta e mafiosa do Incra de Rondônia em conluio com oportunistas, polícia e latifúndio.

16. Repudiamos tal prática e reafirmamos nossa decisão em cortar a fazenda Santa Elina, custe o que custar!

17. Estamos enviando está nota para outras entidades nacionais e internacionais e alertar sobre a responsabilidade do governo federal, do Incra e Ouvidoria agrária sobre qualquer coisa que venha acontecer aos camponeses acampados na fazenda Santa Elina.

Abaixo o oportunismo!
Viva a heroica resistência dos camponeses de Corumbiara!
A Santa Elina é do povo e vai ser cortada pelo povo!
Pela indenização imediata de todas as vítimas de Santa Elina!


Comitê de Defesa das Vítimas de Santa Elina – CODEVISE

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