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Rompimento de barragens em Rondônia não é acidente, é crime!

No dia 29 de março, duas
barragens em área de responsabilidade da mineradora Metalmig se romperam. A
área atingida fica em Oriente Novo, distrito de Machadinho D’Oeste, a cerca de
350 quilômetros de Porto Velho.

Rastro de destruição após rompimento de barragem em Machadinho D’Oeste

O rompimento causou grandes
estragos, deixando rastro de destruição por onde passou a onda de lama e
rejeitos. Além dos evidentes danos ambientais já constatados ainda existe a
possibilidade de contaminação do solo e dos rios, o que poderá comprometer o
abastecimento de água na região.

Pelo menos sete pontes foram
destruídas deixando várias áreas com mais de 100 famílias isoladas, o que tem
causado prejuízos diários pois não tem sido possível escoar a produção,
principalmente de leite.

Uma das 7 pontes detruídas: transtornos e prejuízos para a população

A mineradora Metalmig que
explora cassiterita na região há décadas, se eximindo de responsabilidade joga
a culpa do rompimento nas fortes chuvas, que todos sabemos serem volumosas na
região amazônica, especialmente nessa época do ano.

O governo de turno e seus
órgãos ambientais como a SEDAM (Secretária de Estado de Desenvolvimento
Ambiental), repetem as mesmas balelas de sempre de que vão investigar e se
limitam a constatar os danos.

Segundo informações oficiais
da Agência Nacional de Águas, em Rondônia cerca de 22 barragens de diferentes
finalidades tem alto potencial de dano podendo causar mortes e grande
destruição em caso de rompimento. Estão incluídas aí as hidrelétricas Santo
Antônio, Jirau e de Samuel. Ainda segundo a mesma agência, em Rondônia há 15
barragens classificadas como de alto risco para rompimento.

Diante de tão grave situação, o que tem feito os órgãos ambientais tão diligentes quando se trata de perseguir, punir e ameaçar camponeses, inclusive cometendo para isso toda sorte de ilegalidades?

Embora de menor proporção, o
rompimento das barragens em Machadinho D’Oeste tem o mesmo pano de fundo dos
rompimentos de barragem da Vale em Minas Gerais, em Mariana há 3 anos e recentemente
em Brumadinho.

As mineradoras e os
latifundiários são privilegiados instrumentos do imperialismo, além dos bancos
e transnacionais instaladas no país, para o saqueio de suas riquezas naturais.
O Brasil, como país semicolonial que é, cumpre cada vez mais o papel de
produtor e exportador de matérias-primas para as potências imperialistas do
mundo. Tudo exaltado pela publicidade da rede globo, com seu “agro, a
indústria-riqueza do Brasil”. As classes dominantes locais (grande burguesia,
em suas frações compradora e burocrática, e o latifúndio) e seus governantes de
turno aplicam a política de subjugação nacional. Em essência é a política
aplicada, de forma crescente, desde a implantação do regime militar em 1964,
passando por todos os governos eleitos dos diferentes partidos até chegar ao
atual presidente, que não se cansa de declarar sua condição de lacaio do
imperialismo ianque.

E para não haver dúvidas dessa
sua condição, basta ver como foi a visita rastejante do presidente eleito, ao
seu patrão nos Estados Unidos. Assumindo compromissos de servir como peão do
imperialismo ianque na disputa com outras potências, Bolsonaro envolve o Brasil
nas provocações contra a Venezuela, que visam controlar e saquear as reservas
de petróleo desse país e intensificar a militarização de todo o continente
sul-americano.

E como “grande” patriota, Bolsonaro
fez concessão da base de lançamento de foguetes de Alcântara, no estado do
Maranhão, como cobertura da instalação de base militar do exército sanguinário do
imperialismo ianque no Brasil.

Além da base de Alcântara,
Bolsonaro e as Forças Armadas reacionárias lacaias do imperialismo preparam a
entrega de nossas reservas do pré-sal e das jazidas minerais da Amazônia,
passando por cima dos direitos dos povos indígenas, quilombolas e camponeses
pobres, ademais da soberania da Pátria.

Não é tragédia, é crime e o
governo é cúmplice!

Os criminosos rompimentos de
barragem são resultados da voracidade como são saqueadas as riquezas minerais
do país. Como predadores, eles querem arrancar tudo no menor tempo e no mais
baixo custo possíveis. E danem-se as populações e meio natural.

Existem
tecnologias para beneficiar minério a seco. Por que não se obriga a todos a
adotá-las? Porque as barragens assassinas são mais baratas e este velho Estado
e seus governos de turno são cúmplices. As mineradoras só pensam em seus lucros
bilionários e fica mais barato para esses exploradores comprar meia dúzia de
políticos, emissoras de televisão e enterrar o povo sob toneladas de lama.

Nos
países imperialistas, a exploração mineral cumpre regras rígidas. Nos países
dominados como o nosso, para esses tubarões exploradores, o povo não vale nada!

Faz parte do programa de Bolsonaro
e seu governo, tutelado pelo alto comando das FFAA, liberar mais rápido as
licenças ambientais para o apetite das mineradoras, além de abolir qualquer
fiscalização sobre as grandes empresas. Para o novo governo serão elas próprias
que se encarregarão de fiscalizar sua produção.

As
barragens são bombas montadas e crimes premeditados. Seu rompimento é
verdadeiro atentado terrorista contra nosso povo e o meio natural. Os
responsáveis pelas mineradoras são os principais criminosos e os governantes
seus cúmplices!

Exigimos
punição dos responsáveis por mais este crime!

Pelo
fim imediato de todas barragens de rejeitos e sua proibição definitiva!

Justiça
para todos os atingidos por barragens!

Abaixo
o roubo de nossas riquezas!

Nacionalização
e industrialização dos recursos naturais do país!