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Acampamento Manoel Ribeiro recebe apoio de todas as partes do mundo

Da esquerda para a direita, democratas prestam apoio aos camponeses no Rio de Janeiro, Equador, Pernambuco, USA, Equador e Minas Gerais

Repercute por todo o país e em nível internacional uma ampla campanha de apoio à Liga dos Camponeses Pobres (LCP), à luta dos camponeses pobres pela terra e ao Acampamento Manoel Ribeiro, localizado em Chupinguaia, Rondônia (RO). São denúncias, repercutidas em todo o mundo, da ação orquestrada pelo velho Estado brasileiro junto aos latifundiários sedentos por sangue camponês, cujos êxitos já renderam vitórias ao movimento camponês tamanha foi a dimensão do apoio emitido. O objetivo dos reacionários é desalojar as mais de 150 famílias que tomaram as restantes terras do antigo latifúndio Santa Elina e que nelas vivem e trabalham desde agosto de 2020. A luta do Acampamento Manoel Ribeiro é pela retomada completa das terras do latifúndio Santa Elina, no município de Corumbiara-RO, que foi palco da heroica resistência armada dos camponeses em 9 agosto de 1995. Na Batalha de Santa Elina foi derramado o sangue de nove camponeses, entre os quais a menina Vanessa de 7 anos. A resistência abateu dois policiais militares e um número até hoje desconhecido de pistoleiros a soldo dos latifundiários da região chefiados por Antenor Duarte, militar reformado. Findo os combates, que se iniciaram às 3 horas da madrugada e durara 4 horas, as famílias cercadas e rendidas foram submetidas friamente ao longo do dia a todo tipo de selvagerias, torturas e execuções. No entanto, como o latifúndio fora dividido em 4 fazendas, nos anos seguintes, através de inúmeras campanhas, a LCP organizou as massas para retomar aquelas terras, parte por parte, até formar o Acampamento Manoel Ribeiro.

Por todo o lado, organizações, movimentos e figuras democratas têm repercutido em seus meios a denúncia do massacre planejado pelo governo do estado a serviço dos latifundiários contra as famílias camponesas acampadas, bem como a solidariedade a estas massas e à LCP, que cercadas resistem bravamente, repelindo todas as investidas das tropas repressivas. Desde 1º de maio quando o presidente fascista Jair Bolsonaro, em reunião com os latifundiários da Associação Brasileira de Criadores de Zebu, atacou a luta dos camponeses e a LCP, passou a planejar com o governador do estado, coronel Marcos Rocha e seu secretário de segurança pública, também coronel Hélio Pachá, o carniceiro de Santa Elina, novas operações de despejo com o reforço da Força Nacional de Segurança, tropas federais. Também no dia 07/05, em ato de inauguração da ponte sobre o rio madeira, na divisa de Rondônia e Acre, Bolsonaro voltou a atacar a LCP acusando-a de terrorismo e fez ameaças de repressão.

América Latina e Europa

No subcontinente latino-americano, registraram-se apoios vindos de operários e camponeses do Equador; de jovens da Colômbia; de dezenas de organizações democrático-revolucionárias, personalidades e intelectuais mexicanos; e de veículos de imprensa democráticos e progressistas, como o jornal chileno El Pueblo.

Na França, o Comitê Novo Brasil e a organização Jovens Revolucionários realizaram ações em solidariedade à LCP. Já na Alemanha, solidarizaram-se aos camponeses o Comitê Vermelho de Mulheres e outros movimentos revolucionários que organizaram palestras, manifestações e atos relâmpago.

Na Áustria, trabalhadores da capital e do interior realizaram ações e divulgaram um texto explicando o que se passa com os camponeses brasileiros em luta.

Na Finlândia, Dinamarca e Noruega, registraram-se pichações em apoio à LCP e atos públicos de apoio ao Acampamento camponês. Já na Galícia, ativistas colocaram diversos cartazes e faixas em denúncia aos crimes do latifúndio. O blog internacionalista Maoist Road repercutiu o chamamento conjunto assinado por democratas e organizações populares em apoio à LCP.

América do Norte e Ásia

No Canadá, o Movimento Estudantil Revolucionário assinou dezenas de pichações em Toronto enquanto a Editora Pensamento Guia distribuiu centenas de panfletos denunciando os crimes do velho Estado brasileiro e do latifúndio contra a massa camponesa.

Já no Estados Unidos, uma série de ações foram realizadas em várias cidades do país para denunciar os crimes da reação. Algumas atividades, como pichações, comícios, atividades culturais, hasteamento de faixas e outras mais, fizeram repercutir a luta dos camponeses entre milhares de pessoas. No mesmo país, o Conselho Editorial do jornal revolucionário Tribune of the People emitiu uma declaração em que se solidarizam à LCP.

Já na China, ativistas populares que lutam contra o regime social-imperialista revisionista e que defendem a luta dos povos do mundo traduziram e divulgaram notas que tratam da luta pela terra no estado de Rondônia, somando-se às ações de solidariedade à LCP.

Na Turquia, entre a Ásia e a Europa, o jornal Yeni Demokrasi (“A Nova Democracia”, em turco) repercutiu duas notas tratando das denúncias feitas pelos camponeses de Rondônia. Uma delas repercutiu uma manifestação em que estavam presentes a União dos Trabalhadores Imigrantes na Europa (Ageb, na sigla original) e o movimento de juventude Partizan. A Ageb realizou ações de solidariedade à LCP com a leitura de uma nota e distribuição de panfletos na Áustria, Suíça e Grécia.

De Norte a Sul: Avança a solidariedade à luta camponesa

O Grupo de Estudos ao Povo Brasileiro (GEAPB) fez um chamamento conjunto de apoio e solidariedade à LCP e à luta pela terra, contra a tentativa de Bolsonaro em tachá-la de “terrorismo”. Em pouco tempo, a nota já era assinada por dezenas de movimentos democráticos, populares e personalidades.

Dentre os que assinam estão o linguista estadunidense Noam Chomsky, o padre democrata Júlio Lancelotti, o filósofo Vladimir Safatle, o chargista Carlos Latuff, o historiador João Carvalho, o músico Leoni, o democrata Leonel Brizola Neto, a professora titular de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Margarete Leta, o professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) Christian Dunker, além da banda El Efecto, Palafitas e a Revista Ópera.

Diversos artistas também manifestaram o seu apoio. Além do já citado Leoni, o artista Júnior Holanda fez uma pintura que foi refletida com um projetor nos muros de Belém do Pará. A ação foi organizada pelo coletivo Mostra Tua Arte. Outras ações de solidariedade foram registradas em diferentes pontos: Rio de Janeiro e Niterói (RJ), Belém e Marabá (PA), Belo Horizonte, Betim, Ouro Preto, Montes Claros, Januária, Varzelândia (MG), Porto Velho Rondônia, Recife, Lagoa dos Gatos (PE), Curitiba, São José dos Pinhais (PR), dentre outras cidades e estados.

Defesa da luta camponesa

O apoio imediato aos camponeses em luta registrado em todos esses lugares representa uma tarefa importante de democratas e progressistas. Os latifundiários ladrões de terra de Rondônia, impedidos até agora de realizar o massacre, trataram de arregimentar apoio do governo estadual reacionário bem como do federal do presidente fascista Bolsonaro (que em duas ocasiões taxou a LCP como organização terrorista). Impulsionando mentiras em portais de notícias à soldo do latifúndio, os ladrões de terra imputam aos camponeses em luta e à própria LCP toda sorte de crimes. Mas a realidade é que estão se isolando e sofreram séria derrota política.

Cada passo dado adiante pela combativa resistência camponesa no estado de Rondônia é observada com animação e entusiasmo por todo o planeta. Por outro lado, é denunciada cada ação contra o sagrado direito à terra pelo latifúndio, seus bandos de pistoleiros e pelas forças repressivas do estado, cujo governador demonstra ser, com seus atos, reles marionete dos ladrões de terras da União.