1. Em agosto de 2007 as vítimas de Santa Elina ficaram acampadas em Brasília por 23 dias onde foram realizadas reuniões na Comissão de Direitos Humanos, com o Ministro de Direitos Humanos Paulo Vanucci e com o chefe do gabinete civil da presidência Gilberto Carvalho. Na ocasião Lula se negou a receber as vítimas de Corumbiara.
Sem que houvesse discussão com as vítimas reconheceu a Fetagro (entidade governista) como intermediadora e responsável pelo levantamento de informações e triagem das vítimas. Só para fazer este trabalho a Fetagro embolsou R$ 94 mil reais.
O Incra de Rondônia, através do seu superintendente fez de tudo para impedir que as famílias permanecessem nas terras. Utilizaram “lideranças” escoladas em extorquir e enganar trabalhadores para desmobilizar o acampamento prometendo dinheiro, lona e cestas básicas. Diante de todas as denúncias feitas à época e da disposição de luta dos acampados estes elementos foram expulsos do acampamento.
Após meses de provocações e ataques de pistoleiros ao acampamento, em setembro de 2008 as famílias foram despejadas das terras, mas mantiveram-se acampadas na área vizinha do assentamento Adriana. Os bandos armados do latifúndio continuaram os ataques, inclusive a alguns moradores deste assentamento por apoiarem a tomada de terra.
4. No mês de abril de 2010, o Codevise apoiado pela LCP iniciou a mobilização das vítimas de Corumbiara e de famílias de camponeses sem terra para retomar a fazenda Santa Elina. Após quase dois meses de mobilização as famílias entraram na área no dia 25 de julho as vésperas de completar 15 anos da histórica e heroica resistência de Corumbiara.
5. Nos dias 2, 3 e 4 de dezembro de 2010 mais de 500 camponeses vindos de várias partes de Rondônia e entidades classistas de várias partes do país participaram da Festa do Corte Popular realizada na antiga sede da fazenda. Nesta celebração as famílias receberam o certificado de posse das terras e aprovaram homenagear o líder camponês Francisco Pereira do Nascimento (Zé Bentão) assassinado em março de 2008 por bandos armados do latifúndio em Buritis, dando seu nome a área. Desde então a antiga fazenda Santa Elina passou a ser chamada pelos camponeses de área Zé Bentão.
As famílias que há mais de um ano tomaram legitimamente posse de suas terras exigem o reconhecimento de seu direito de ter terra para trabalhar e sustentar sua família exigem que o corte realizado pelos camponeses seja respeitado e estão dispostas a permanecer nessas terras custe o que custar.
Comitê de Defesa das Vítimas de Santa Elina – CODEVISE
Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental – LCP