Além de denunciar os crimes do latifúndio e seus bandos armados e levantar apoio aos camponeses em luta e à LCP de Rondônia, o Ato Público realizado em Jaru, no último dia 10 de fevereiro, também elevou a luta conjunta dos camponeses por seus direitos. Recentemente camponeses de mais de 30 acampamentos e áreas fizeram uma série de reuniões com representantes do Incra e Terra Legal, em Jaru e Porto Velho.
Numa reunião na capital, no último dia 09 de março, o superintendente do Incra Cletho Muniz de Brito afirmou que o Exército Brasileiro despejaria a Área Canaã (mais de 100 famílias), em cumprimento de uma sentença de reintegração de posse expedida por um colegiado em Brasília. E passou a acusar o Terra Legal por não se manifestar – fato típico dos representantes do velho Estado para fugir de suas responsabilidades e enrolar o povo.
Ainda segundo Cletho Brito, a pretensa proprietária Ângela Semeghini teria juntado uma série de documentos da Ceplac que comprovam que ela teria plantado cacau na fazenda, logo, teria cumprido cláusulas resolutivas do CATP.
Na reunião de camponeses com o Incra, em Porto Velho, um camponês da Associação do Canaã (Asprocan) disse que só sairia de sua terra morto e o delegado agrário respondeu de pronto e agressivamente: “Pois então o senhor sairá morto, porque o exército fará o despejo.”
Importante lembrar que nessas áreas as famílias camponesas vivem e trabalham há muitos anos (desde 2003, 2005 e 2014 respectivamente Canaã, Raio do Sol e Renato Nathan 2), e que a área Canaã foi considerada por funcionários do próprio Incra como a área camponesa mais produtiva de Rondônia. Basta uma rápida olhada em matérias fartamente publicadas pela imprensa democrática ou uma simples visita a essas áreas para comprovar.
Essas terras quando estavam na mão dos latifundiários grileiros e ladrões de terra, só tinham mato e serviam para especulação. Na posse dos camponeses há mais de uma década produzem alimentos para sustento de centenas de famílias e para abastecer os mercados da região.
Os camponeses elevaram sua organização e mobilização e estão dispostos a lutar por suas terras e tudo o que construíram com seu suor e esforço ao longo desses anos sem apoio de governo algum.
Os camponeses responsabilizam diretamente a gerência Temer e Confúcio (PMDB) por qualquer dano que ocorrer às famílias que lutam pelo sagrado direito à terra.
Conclamamos a todos as organizações democráticas, aos trabalhadores, estudantes, comerciantes e todos aqueles que tenham um mínimo de senso de justiça a denunciar e repudiar essas ameaças e a defender e apoiar a posse das terras do Canaã, Raio do Sol e Renato Nathan 2 pelos camponeses!
Lutar pela terra não é crime!
Contra a crise, tomar todas as terras do latifúndio!
LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental