Organização e trabalho coletivo impulsionam Acampamento Manoel Ribeiro

Através do trabalho coletivo, camponeses erguem barracão para assembleia popular no Acampamento Manoel Ribeiro

Os camponeses do Acampamento Manoel Ribeiro, dirigido pela Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental, têm organizado coletivamente a luta, os trabalhos e a vida na ocupação desde o começo da tomada das terras do latifúndio Nossa Senhora Aparecida, no município de Chupinguaia.

Através das assembleias populares, comissões de trabalho e grupos de famílias, os trabalhadores decidem coletivamente desde a distribuição dos trabalhos e responsabilidades até as normas de funcionamento do acampamento e os rumos que tomará a ocupação.

Com base no princípio de “Apoiar-se nas próprias forças”, os camponeses gerem e executam toda a vida coletiva no acampamento: constroem poços para abastecimento de água, barracos de lona para moradia, cozinhas coletivas para alimentação das famílias, banheiros, cercas para proteção do acampamento, cuidam da saúde coletiva e prevenção contra a Covid-19, educação e cuidado das crianças, formação política, etc.

Unidos e organizados, os camponeses têm dado importantes vitórias no combate ao uso de álcool e drogas no acampamento através de intensa discussão coletiva e da proibição do consumo destes dentro e nas redondezas da tomada.

Para a prevenção da Covid-19 foi criado o Comitê Sanitário de Defesa Popular, que faz reuniões com cada grupo de família para esclarecimento, distribui máscaras e álcool em gel e acompanha a saúde das famílias, medindo frequentemente a temperatura e níveis de oxigenação sanguínea das pessoas que apresentam algum sintoma. Também para evitar a transmissão da pandemia, os camponeses decidiram por montar e dividir as cozinhas coletivas por grupos de aproximadamente 10 acampados, o que diminui a concentração de pessoas durante as refeições.

A limpeza das áreas coletivas do acampamento também é preocupação de todos. Os grupos familiares são orientados a descartarem o lixo em uma fossa coletiva. Com frequência são estabelecidos mutirões de limpeza que passam pelo acampamento recolhendo embalagens e outros materiais descartados indevidamente.

Também a politização têm sido realizada com todos os grupos de acampados.
São feitos estudos das cartilhas e documentos da LCP e luta pela aplicação dos princípios políticos e organizativos. Assim, os camponeses do Acampamento Manoel Ribeiro vão trilhando com cada vez mais consciência o caminho da Revolução Agrária, o único que poderá garantir aos camponeses o sagrado direito à terra, e que, com seu prosseguimento, poderá levar à conquista de uma sociedade mais justa.

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