No dia 9 de agosto de 1995 ocorreu um dos episódios mais sangrentos da luta pela terra na história recente do Brasil, que ficou conhecido como o massacre de Corumbiara-RO. Numa ação ordenada pelo governador Valdir Raupp – PMDB (com quem o PT se aliou desde as eleições de 1994) e pelos latifundiários Antenor Duarte do Valle e Hélio Pereira de Morais, policiais militares sob o comando do capitão do COE José Hélio Cysneiros Pachá, atacaram o acampamento de madrugada lançando bombas de gás e disparando contra 600 famílias de homens, mulheres e crianças que lutavam por um pedaço de terra. O resultado foi de 12 camponeses assassinados entre eles a pequena Vanessa de 7 anos de idade, alguns desaparecidos, mais de 200 com seqüelas de torturas e maus tratos depois de presos, e vários camponeses que morreram posteriormente em decorrência das agressões. Até hoje nenhum dos mandantes foi punido.
O massacre só não foi maior por que os camponeses resistiram heroicamente com paus, foices e espingardas velhas contra policiais e pistoleiros armados até os dentes.
A luta das famílias por indenização e corte da fazenda Santa Elina
Após o corte popular realizado pelas famílias o Incra, Fetagro (filiada a CUT/PT) e Ouvidoria Agrária atuaram na desmobilização das famílias, prisões de ativistas e com ameaças de usar as forças policiais para realizar a reintegração de posse. Mesmo com todo este aparato foram derrotados em suas intenções de varrer o movimento camponês combativo e tiveram que realizar a desapropriação da área assentando as famílias.
A política agrária de Dilma/PT é mais repressão aos camponeses
Passados dezoito anos de Corumbiara a situação da luta pela terra em Rondônia só fez piorar. A política agrária do governo Lula/Dilma (PT) tem sido a de investir bilhões no agronegócio exportador de matéria prima barata (soja, cana e carne) e apenas migalhas para a chamada agricultura familiar, responsável pela maior parte dos alimentos consumidos no país. A situação atual de crise em que se afunda o país obriga Dilma a cortar ainda mais os já poucos recursos para reforma agrária.
Esta política repressiva encorajou os grandes latifundiários a atuarem com seus bandos armados na expulsão e assassinatos de camponeses e povos indígenas.
Ouvidor Agrário defende os latifundiários
O Ouvidor Agrário criou uma Policia Agrária e rondas policiais especiais para atuarem nas áreas em conflito, tudo para garantir a propriedade de grandes latifundiários e reprimir os camponeses em luta.
Aumentar a luta no campo! Tomar todas as terras do latifúndio!
Mesmo debaixo de toda esta repressão os camponeses pobres continuam lutando empurrados ainda mais pelo aumento do desemprego na região. No último ano dezenas de novas tomadas foram organizadas e outras estão em curso. Em todas elas o Incra atua desmobilizando as famílias, criando divisões e jogando umas contra as outras, principalmente se as famílias insistem em cortar as terras por conta. Casos como este estão ocorrendo em Corumbiara, Seringueiras, Theobroma, Cujubim, Alto Paraíso entre outras.
O problema agrário é o que demanda solução mais imediata em nosso país, pois em toda nossa história nunca foi resolvido. Aumentar as tomadas de terra, cortar as terras por conta e entregar aos camponeses, desenvolver a produção nas áreas tomadas e organizar as Assembleias Populares para os camponeses decidirem por tudo que diz respeito a sua vida é o único caminho para destruir o latifúndio no Brasil. Só realizando uma Revolução Agrária como parte de uma Revolução de Nova Democracia ininterrupta ao socialismo podemos salvar o país da ruína!
Pela regularização de todas as áreas!
Abaixo a criminalização da luta pela terra!
Viva a Revolução Agrária!
Grande Manifestação: Dia 08/AgostoConvocamos a toda população de Porto Velho, estudantes, professores, operários, comerciantes, e trabalhadores em geral a participar da manifestação contra as perseguições ocorridas no campo e pela regularização de todas as áreas tomadas. Você que também está o insatisfeito com a total falência da saúde, educação, desemprego, carestia do custo de vida, arrocho salarial venha e participe! Concentração a partir das 12hs na Praça Getúlio Vargas |