Com discurso ambientalista governo aumenta repressão sobre os camponeses

O velho Estado através do seu gerente de turno, Luiz Inácio, tem promovido aumento da repressão no campo usando como pretexto a proteção ao meio ambiente. Discurso que serve para agradar a demagogia internacional das potências e superpotências imperialistas, estas sim, as maiores destruidoras do meio natural em seus próprios países e nos demais que, já, secularmente exploram, exploração baseada na degradação sem limites e que incrementaram nas últimas décadas. Na prática toda essa conversa de preservação ambiental, que engana a muitos, em grande medida visa impedir o uso dos recursos nacionais para que, agora e no futuro, monopólios imperialistas possam aumentar o saqueio da diversidade dessas riquezas aqui como bem entenderem.

Em Rondônia ampliaram em larga escala operações repressivas em diversas linhas rurais de diferentes localidades, cometendo todo tipo de arbitrariedade, queimando maquinários, aplicando multas milionárias e embargando produção, principalmente de gado. No caso dos embargos obrigam que o gado seja retirado das terras em 5 dias, pois do contrário são confiscados pelo governo.

E a situação que já estava ruim para os pequemos e médios produtores de gado, com baixa nos preços da arroba, aumento do preço dos insumos como sal, ração, vacinas, etc., agora ficou pior! Tem que gastar ainda mais com arrendamento de pasto e transporte, tornando a produção cada vez mais insustentável. Enquanto isso para a população em geral o preço da carne nos açougues não abaixa porque vivemos na ditadura dos grandes frigoríficos, que compram o gado pagando pouco e vendem com preço exorbitante, com a garantia de que podem colocar o preço que quiserem, já que os produtores são impedidos de vender carne diretamente para a população.

Para a opinião pública nas cidades, o governo e os monopólios de comunicação pintam os camponeses, pequenos e médios produtores rurais como os maiores desmatadores e destruidores da natureza, quando estes ocupam pequena porcentagem das terras. É certo e justo que os recursos naturais sejam explorados de forma racional e planejada, mas o que esconde esse discurso ambientalista demagógico é que os maiores destruidores da natureza não são os pequenos e médios, e sim os latifundiários ladrões de terras da União chamados de “agronegócio”, que são endeusados como “a indústria riqueza” do país. Sem falar nas grandes mineradoras, que sugam nossas riquezas há séculos, destroem tudo por onde passam, acabam com a vida de tantas pessoas (exemplo do rompimento de barragens), e continuam aí impunemente.

Nessas atuais operações repressivas em Rondônia, os grandes latifundiários permanecem intocados, ou quando muito um ou outro é atingido de vez em quando, mas o grosso dos afetados por essas medidas do governo são os pequenos e médios camponeses e demais produtores rurais. E agora somando ao permanente terrorismo de Estado contra os camponeses em luta pela terra, buscam aumentar o estrangulamento da economia no campo, cerceando a pequena e média produção por todos os meios, ao lado de dar rédeas soltas para os grandes latifundiários, essa classe parasita, que ao contrário do que se fala na televisão, não garante o alimento na mesa da população, os camponeses sim é que o fazem. Na verdade o chamado agronegócio vive de exportação de monocultura, principalmente de soja que em nada beneficia o povo, menos ainda a economia local. Essa classe atrasada, de verdadeiros grileiros, ladrões de terra pública da União, e que nos últimos anos têm crescentemente adquirido a legalização dessas terras roubadas pelos sucessivos gerenciamentos de turno, que não pagam impostos, exploram até a última gota de suor e sangue dos trabalhadores que são submetidos às condições mais degradantes de trabalho servil (juridicamente denominada por trabalho análogo à escravidão), tem todas as benesses do governo, como perdão de dívidas, crédito sempre abundante, ademais de toda sorte de esquemas com gente do governo.

Vejam aí a quadrilha do Galho Velho, Antônio Martins, um dos maiores ladrões de terras de Rondônia, alvo de inúmeras operações policiais e processos judiciais, com estreitas ligações com policiais, pistoleiros e esquemas com funcionários do governo para saquear os cofres público em milhões, e que mesmo estando todo enrolado em inquéritos e processos criminais, segue por aí livre e impunemente. Isso pra ficar apenas em um exemplo bem conhecido e de tão descarado que nem a imprensa lixo pôde esconder.

Vejam os dados anunciados pelo próprio governo de Luiz Inácio no tal Plano Safra deste ano, onde está destinado 364 bilhões de reais para grandes empreendimentos do latifúndio, enquanto para o que chamam de “agricultura familiar” destinam apenas migalhas e programas assistencialistas liberados a conta-gotas. Tal montante doado para a canalha latifundiária de uma só vez, supera todos os governos anteriores, inclusive o do Bolsonaro, descaradamente fiel defensor do latifúndio. Como gostam de proferir nos seus discursos demagógicos, poderiam dizer que nunca antes na história desse país, o latifúndio ladrão de terras da União foi tão beneficiado!

Para os pobres da cidade e do campo, para os camponeses, pequenos comerciantes, os pequenos e médios produtores rurais, não há nada pra esperar desse velho Estado e de seus governos de turno a não ser migalhas e repressão. Para enfrentar esta situação de crise, repressão, perseguição e estrangulamento da economia camponesa, o povo deve se unir e se organizar para fazer frente a toda essa tormenta. Exigir o fim das multas e embargos, exigir a liberação da venda de gado direto ao produtor, sem passar por frigoríficos, vigilância sanitária e outras burocracias, exigir investimentos para os verdadeiros produtores rurais que garantem comida na mesa, infraestrutura e toda a logística para a produção, armazenamento, com estradas decentes e transporte para seu escoamento. Exigir a regularização das posses das terras pelos camponeses, exigir título definitivo das terras nas áreas que chamam de “assentamento” e aos posseiros e colocar fim à tutela do Incra e demais burocracias do governo.

E mais que nunca, aos camponeses pobres sem terra ou com pouca terra impulsionar novas tomadas de terra, tomar todas as terras do latifúndio, repartindo e entregar as terras a quem nela vive e trabalha, impulsionando a Revolução Agrária, e dessa forma sim, vamos fazer progredir e prosperar a economia no campo, nas pequenas cidades, transformando o que hoje é lugar de injustiça e violência contra o povo em local de prosperidade e desenvolvimento para quem vive e trabalha com dignidade.

Fim da repressão aos camponeses e demais trabalhadores no campo!

A Amazônia é do povo brasileiro!

Abaixo a farsa da política ambiental que só persegue e oprime o povo!

Fim das multas e embargos!

Abaixo a ditadura dos frigoríficos e da vigilância sanitária!
Venda direta do produtor para o consumidor já! Carne barata na mesa do povo!

Morte ao latifúndio!

Viva a Revolução Agrária!

 

LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental
Julho de 2023

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