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Camponeses de Corumbiara celebram o Dia dos Povos Indígenas

No último dia 25 de abril camponeses celebraram o Dia dos Povos Indígenas, importante data do povo brasileiro. O evento ocorreu no barracão da Associação Renato Nathan com a participação de cerca de 20 moradores do acampamento Manoel Ribeiro e das áreas Renato Nathan e Zé Bentão, todas em Corumbiara, no sul de Rondônia. Foram exibidas várias fotos e vídeos sobre os povos originários em nosso país, seus heróis, sua história heroica de mais de 500 anos de resistência, sua luta atual e sua cultura. E também foi lida uma adaptação da matéria “Estado e sociedade genocidas”, da edição nº 112 do jornal AND, de junho de 2013. Um coordenador da LCP denunciou a mentira espalhada por latifundiários de que o movimento camponês estaria dirigindo invasões de terras indígenas ocorridas no estado. Ele esclareceu que muito ao contrário, a LCP busca cada dia mais estreitar os laços de união com os povos indígenas e se apresenta na linha de frente da defesa de sua justa luta pelo território e autodeterminação.

Um rico debate ocorreu em seguida, com intervenções de vários camponeses. Alguns reconheceram que conhecem pouco sobre os indígenas e destacaram a importância de aprender mais, como forma de combater o preconceito que eles sofrem e que contribui para o extermínio destes povos. Um camponês recordou bem que aquele local onde estavam reunidos, a antiga fazenda Santa Elina, foi palco de extermínio de população indígena, antes da heroica resistência camponesa de Corumbiara, em 1995. Vários presentes destacaram que o povo brasileiro é composto da mistura de indígenas, negros trazidos como escravos do continente africano e de trabalhadores imigrantes, vindos de diversos países, principalmente da Europa. Um trabalhador disse que os indígenas são os primeiros brasileiros.

Também houve intervenções sobre o acampamento Manoel Ribeiro com o convite a todos ajudarem na mobilização de famílias interessadas em um pedaço de terra para viverem e trabalharem. Foi destacado a importância de elevar a organização e preparação da luta camponesa por tomar terras do latifúndio contra a crise sem precedentes, aumentada pelo atual gerenciamento de Bolsonaro, tutelado pelo alto comando das Forças Armadas reacionárias.

Outro
ativista camponês fez uma fala convocando todos presentes à Greve
Geral de Resistência Nacional, convocada pelo sindicato da
construção civil de Belo Horizonte e região – Marreta – e pela
Liga Operária, e aderida pela LCP e diversos outros sindicatos,
entidades classistas e movimentos.

O
local estava decorado com bandeira da LCP e um mural sobre a vida e
luta dos povos indígenas. Havia
ainda um cartaz
em
solidariedade à campanha internacional pela liberdade do preso
político indiano Ajith.
A reunião iniciou-se com o canto de “Conquistar a terra”, hino
da Revolução Agrária.

Na
convocação e durante a reunião foram distribuídos panfletos da
LCP Contra
a invasão de territórios indígenas! Todo apoio a resistência dos
povos indígenas!

que conclui reafirmando
“nossa
decisão de perseguir o objetivo de tomar todas as terras do
latifúndio, cortar em pequenas parcelas e entregar aos camponeses
pobres sem terra ou com pouca terra! Reafirmamos nosso reconhecimento
ao direito à autodeterminação dos povos indígenas! Reafirmamos
nosso repúdio a qualquer invasão de territórios indígenas! E
reafirmamos nossa decisão de apoiar a luta e resistência dos povos
indígenas, de buscar alianças e efetivar esse apoio nos fatos, nos
dispondo a lutar ombro a ombro na defesa de seus territórios
ameaçados!”

Viva
a aliança entre camponeses, povos indígenas e quilombolas!

Viva
a Revolução Agrária!