Por Bento Vilela
A violência contra os povos indígenas fez mais uma vítima em Manaus, Amazonas. No dia 6 de agosto, um dos líderes da etnia Apurinã, Carlos Alberto de Souza ‘Mackpak’, foi executado com mais de dez tiros no conjunto Cidadão 12, no bairro Nova Cidade, Zona Norte da cidade.
O crime ocorreu por volta das 7h30 da manhã, e, segundo testemunhas, Carlos Alberto tinha saído de casa para comprar pão quando foi surpreendido por quatro homens a pé e encapuzados. O Tuxaua – liderança comunitária – tentou fugir, mas foi alcançado pelos criminosos e acabou sendo executado com tiros na cabeça, costas e braços.
De acordo com sua companheira, Jussilene Ferreira da Costa, a liderança apoiava a retomada do local conhecido como Cemitério dos Índios, também na Zona Norte. Os indígenas tentam obter a posse legítima do território, mas têm convivido com constantes ameaças do velho Estado. O Ministério Público Federal (MPF) já tentou despejá-los, além de de traficantes de drogas da região.
Esse foi o segundo assassinato de lideranças indígenas ligadas à causa do Cemitério dos Índios. No dia 13 de junho, o cacique William Machado Alencar, conhecido como “Onça Preta”, da etnia Mura, foi executado com oito tiros dentro do Cemitério dos Índios. Atualmente, 380 famílias de 17 etnias diferentes residem no local.
