Entrincheirados por trás de uma barricada de cana-de-açúcar e pneus, os camponeses propiciaram uma audiência forçada no meio de uma das estradas de acesso a zona rural de Capela-AL. Depois de idas e vindas, os oficiais comunicaram os autos dos processos e tentavam a todo custo impor a retirada das famílias sem direito sequer a colher os produtos cultivados em suas lavouras. Então, durante as negociações, cheias de palavras de ordens e canções da lutas declamadas pelo povo, os camponeses firmaram que, tendo em vista a retirada estratégica eminente, colaborariam com a retirada, mas não desistiriam da conquista da terra em questão, desde que o latifundiário se comprometesse em não mexer nas lavouras até que fossem colhidas no prazo Máximo de 90 dias. Apesar da má vontade por parte do latifundiário e do estado em firmar um acordo deste tipo, a reação aceitou amargamente a exigência camponesa.
As famílias se deslocaram para outra área pertencente ao mesmo complexo latifundiário da falida Usina João de Deus em Capela-AL, a fazenda Pitombeira. A Pitombeira por muitos anos foi uma das áreas mais produtivas da região alagoana, durante o período em que os camponeses da Liga Camponesa à ocupavam, antes da truculenta desapropriação fascista que destruiu as casas de taipa e boa parte das lavouras destas famílias.
A luta continua e a resistência das famílias camponesas de Capela-AL demonstra que a compreensão da revolução agrária é maior do que se pensa entre a massa. O desprendimento das conquistas imediatistas faz com que o povo perceba que “fora o poder tudo é ilusão!” e que a cada dia com cada resistência avançamos na luta pela conquista final.
Viva a Revolução Agrária!
Terra para quem nela trabalha!
LCP – Liga dos Camponeses Pobres do Nordeste